30 de set. de 2010

Nude (Camel, 1981)


Nude é um álbum conceitual lançado pela banda de Rock Progressivo Camel. O conceito do álbum é baseado em uma história real de um soldado Japonês (Hiroo Onoda) abandonado em uma ilha, e que não sabia que a guerra havia acabado. "Nude" é derivado do nome "Onoda". O álbum é uma bela peça da banda Camel. E vale a pena acompanhar música por música da obra. Vamos lá.

City Life - É a primeira canção do disco. É bem animada, contando com o vocal sempre suave de Andrew Latimer. A entrada é sintetizada pela batida bem familiar da bateria de Andy Ward. Música muito boa, com melodia calma.

Nude - É basicamente uma música ponte entre City Life e Drafted, somente trazendo um som feito por sintetizadores, semelhante ao voo de um mosquito.

Drafted - É uma das mais belas canções que já ouvi. A faixa é muito bem feita, o vocal perfeito, e a orquestra dando um show. É uma das poucas músicas do Camel que fazem qualquer um chorar.

Docks - Contrastando com Drafted, Docks é uma canção mais agitada, trazendo a batida sempre presente de Ward. Todo o álbum possui uma ligação, música por música. Então, não podemos reprovar esta peça. A guitarra se faz presente também nesta faixa, um solo para ninguém botar defeito.

Beached - Tá certo que o Camel nunca foi uma banda tão suave assim, pois quase todas as composições são experimentais ao último, e trazem os instrumentos em um alto volume e grande quantidade. E Beached é um dos resultados desta junção de instrumentos pesados, em uma banda de Prog Rock.

Landscapes - Como o álbum se reveza entre momentos melancólicos e instrumentos furiosos, Landscapes é um dos momentos extremamente tranquilos. A agonia que acompanha a história contada pelo álbum pode ser sentida por qualquer um que tome conhecimento da mesma. E esta faixa começa um trecho calmo do disco.

Changing Places - E como não poderia deixar de ser, esta faixa é uma das partes lúcidas do álbum, trazendo um trabalho espetacular de percussão feito por Ward. É uma peça importante da obra.

Pomp & Circumstance - Longas composições, chamadas de "épicas", não tiveram espaço neste álbum. 15 faixas são até um número bem extenso falando de discos de Prog Rock, sendo que vários deles possuem músicas longas, de até 50 minutos, como no caso de Tubular Bells, de Mike Oldfield. Por as músicas serem tão escassas, o álbum perde em conceitos.

Please Come Home - É a continuação da história. O título é bem sugestivo, tendo em vista que o personagem central da história, o soldado Hiroo Onoda, foi abandonado em uma ilha. Então, a angústia toma conta de toda esta parte do disco.

Reflections - É uma música instrumental. Serve de ponte para o restante das faixas. Um ótimo trabalho de orgão (ou teclado, como preferir) é notado a esta altura.

Captured - Provavelmente iniciada por uma orquestra, a música dá entrada a um pesado riff de guitarra, antes de trazer um magnífico solo dos instrumentos de sopro. Vale a pena ouvir.

The Homecoming - Basicamente trata da "volta para a casa". E a orquestra antes presente em Captured dá o tom. Melodia feita por tambores simultaneamente alinhados.

Lies - Como não poderia faltar, um trecho carregado por um estilo semelhante ao de R&B e Jazz, a voz pesada de Latimer leva a faixa de quase 5 minutos, longa para os padrões estabelecidos posteriormente.

The Birthday Cake - 30 segundos de um solo apreciável de teclado. Ou orgão, como preferir.

Nude's Return - Acabando com toda a angústia, Nude's Return fecha o álbum com chave de ouro, assim como acontece em quase todos os álbuns da banda Camel. 

Então foi isso pessoal, Nude é um disco bem tranquilo, que traz uma história verídica, que vocês podem acompanhar melhor na página da wikipédia reservada para o soldado Hiroo Onoda, clique aqui (link em inglês) e se aprofunde neste assunto. Abraço, e até a próxima postagem!

28 de set. de 2010

American Idiot (Green Day, 2004)



American Idiot é o sétimo álbum de estúdio da banda americana de Punk Rock Green Day. Foi lançado no dia 21 de Setembro de 2004, pela Reprise Records. O álbum inicialmente iria se chamar Cigarettes and Valentines, mas em 2003, a banda resolveu gravar outro projeto, um álbum conceitual voltado contra principalmente o presidente George Walker Bush. E assim se criou um dos melhores álbuns do Green Day. American Idiot é uma obra-prima do Punk Rock (ou Neo Punk, como cunhado por Billie Joe Armstrong). Vale a pena fazer a avaliação do álbum música por música, como sempre.

American Idiot - É a primeira música e dá título ao álbum. E mesmo o título já conceitua o foco da história, e o plano de fundo para todos os acontecimentos, o governo americano da época. A música é a introdução perfeita para os padrões da banda. Realmente o álbum foi o início de uma grande transição, de onde Billie Joe começou a compor músicas mais consistentes, que no futuro daria início ao projeto "21st Century Breakdown", sendo ambos álbuns conceituais. American Idiot foi um sucesso de cara logo quando foi lançada, mas nos EUA não colou, até mesmo por causa do título, um pouco ofensivo à nação.

Jesus Of Suburbia - Ótima música de 9 minutos. Todos sabemos que o Green Day antes do lançamento do disco se baseava em canções simples, de refrão pegajoso. Exemplo: When I Come Around e Basket Case. Então, foi uma grande surpresa a banda começar a compor longas músicas, como se repete em Homecoming. A música basicamente mostra em 5 partes toda a introdução da história, que tem o foco no personagem "Jesus Of Suburbia", uma espécie de Billie Joe fictício. Em seguidas, as partes desta pequena ópera-rock:

  • I. Jesus of Suburbia
  • II. City of the Damned
  • III. I Don't Care
  • IV. Dearly Beloved
  • V. Tales of Another Broken Home 
Holiday - É talvez uma ressaca de Jesus Of Suburbia. A música dá continuidade às críticas, principalmente no trecho "Pulverizem a Torre Eiffel/Que criticaram seu governo". Muitas pessoas que gostam do álbum não fazem sequer idéia de que a maioria das músicas foi composta simplesmente como um veículo para as críticas da banda.

Boulevard Of Broken Dreams - É um dos maiores sucessos do álbum. A música se baseia na mesma história, mostrando o lado sensível de Billie Joe. É completamente uma música deprimente e que faz parte da proposta do álbum, que foi a de composições mais complexas e melodias mais trabalhadas. Nota 9.

Are We the Waiting - Aí surge uma performance que toma o riff inteiro, e mostra o ótimo baterista Tré Cool. A música também reserva algumas feridas do governo americano, assim como em todo o álbum. Cada canção tem sua parte essencial, e isso faz com que os álbuns conceituais sejam sempre bem recebidos pela crítica em geral.

St. Jimmy - Neste trecho do álbum é apresentado um dos personagens, St. Jimmy. Ele é basicamente um punk que luta por liberdade, solto pelas ruas. Lembro-me dos velhos tempos de Green Day (era Dookie), onde as músicas não tinham tanta projeção, e consequentemente eram mais simples.

Give Me Novacaine - Após a violência de St. Jimmy, há o resultado. Como é de costume de punks (sem generalizar), cortar os pulsos provoca um sangramento constante. A música, baseada na droga Procaína, faz com que a história se desenvolva mais ainda, trazendo um outro lado música atrás de música. A procaína faz com que o sangramento em áreas de grande circulação sanguínea cesse, e diminui - e relaxa -  os músculos em geral.

She's a Rebel - Outro personagem é apresentado ao público, semelhante a como foi apresentado St. Jimmy. O nome da personagem é Whatsername (What's Her Name?). A música, com melodia pesada, é a cópia de St. Jimmy, só que tratando de outro personagem. Billie Joe sempre com sua guitarra despretenciosa, leva a canção do início ao fim, com maestria punk.

Extraordinary Girl - Assim como Give Me Novacaine, Extraordinary Girl é a continuação de She's a Rebel. O início não mostra a música em seu todo, pois começa com um riff de um tambor, provavelmente tocado por Tré Cool. A música é um anti-hit, servindo de música-ponte na história. Vale a pena ouvir.

Letterbomb - Nobody likes you/Everyone left you/They're all out without you/Having fun. O começo realmente é depressivo demais. A música trata de anestesiar - como novacaína - o público. Anestesiar não seria o melhor termo, levando em consideração que a música traz um ritmo alegre e pegajoso, como na maioria das músicas compostas pela banda.

Wake Me Up When September Ends - É provavelmente o maior sucesso do álbum. E esta canção também traz uma crítica aos países envolvidos em guerras, como Irã e os EUA. Mas como em todo o álbum, é camuflada como um hit, sem trazer explícitamente as críticas de Billie Joe, focando um pouco mais na música. Faixa 11, nota 10. 

Homecoming - Assim como Jesus Of Suburbia, é uma música dividida em partes, mas diferentemente compostas. Como a primeira música citada é uma das primeiras, traz um lado mais frenético. Homecoming é um cover de Jesus Of Suburbia, só que o mais vanguardista possível, trazendo os bons tempos de Green Day, como antes citado. Eis as partes:

  • I. The Death of St. Jimmy
  • II. East 12th St.
  • III. Nobody Likes You (Citada posteriormente em Letterbomb)
  • IV. Rock and Roll Girlfriend
  • V. We're Coming Home Again
Este esquema praticamente entrega todo o final do enredo.

Whatsername - É o fechamento do álbum, trazendo o novo lado da banda, expondo os novos timbres e ritmos. A melodia calma marca esta faixa, junto com o vocal inconfundível de Billie Joe. É o fim do disco.

Então foi isso amigos, American Idiot marca uma importante transição na história da banda, e valeu a pena fazer esta avaliação. Lembrando sempre que se você quiser uma resenha é só entrar em contato com o dono deste blog, mandando um email para: danilo.frazao@hotmail.com, ficarei muito agradecido e certamente farei uma resenha ou uma crítica (como desejado). Abraços, e até a próxima postagem!


26 de set. de 2010

Chinese Democracy (Guns N' Roses, 2008)



Chinese Democracy é o sexto álbum de estúdio da banda de Hard Rock americana Guns N' Roses. É amplamente conhecido devido ao fato de ter levado severos 17 anos para ser lançado. Na verdade o álbum começou a ser produzido em 1995, e foi lançado em 23 de Novembro de 2008. Ou seja, 13 anos. Hoje, depois da resenha de Lightbulb Sun do Porcupine Tree, vamos entra de cabeça no mundo do Hard Rock, com uma das bandas mais bem sucedidas da história, o Guns N' Roses. Mesmo esquema, ele será avaliado música por música. Vamos lá.

Chinese Democracy - A música título é a primeira, que abre com um lado mais pesado, visto somente no começo da carreira do Guns, nos anos 80. É composta por uma combinação pesada e letra crítica, voltada contra os governantes em geral. O título se baseia na democracia chinesa, obviamente. E por isso foi censurado pelo governo chinês, por ser ofensivo à nação.

Shackler's Revenge - Curiosidade: A música foi posteriormente lançada para o jogo Rock Band, antes do lançamento completo do álbum. A letra suicida traz a pesada combinação de guitarra e bateria, transformando a banda por 3 minutos em um estilo Heavy Metal, pesado. Vale a pena escutar, é um dos hits do álbum.

Better - Para os fãs mais antigos, a voz de Axl Rose começa a se alterar a partir desta faixa. Ele começa cantando levemente, até a pesada guitarra de Buckethead entrar, mudando todo o destino da faixa. É curioso notar esta extrema mudança de ritmo que ocorre entre as faixas. Axl transformou o Guns em uma banda de Heavy Metal, exceto em algumas faixas, como já previa a mudança constante.

Street Of Dreams - Como nesta faixa a mudança foi aplicada, sente-se um ritmo similar ao de November Rain, do álbum Use Your Illusion II, de 1992. Axl entra com a sua voz alterada, para a maioria dos fãs. Mas como ele não tinha a melhor voz possível antes, não é problema. É uma das melhores faixas, junto com This I Love. Faixas românticas. Esta é uma, mas não tão calma como a outra antes citada.

If The World - Isso é Guns? sim, por mais impressionante que seja, é. E o tambor de Bryan Mantia junto com a bateria de Frank Ferrer dão a aparência bem diferente de tudo que a banda já havia lançado. Em minha opinião, a voz de Axl mudou para melhor, e nesta faixa é fácil perceber isso.

There Was A Time - É uma das músicas pouco divulgadas. E por não ter um ritmo bom para tocar em rádios, não deveria ser. É bem confusa, trazendo Axl com sua nova voz, dando o tom para o resto da canção. É uma anti-balada. Mas de qualquer forma faz parte da obra, e deve ser aplaudida.

Catcher In The Rye - O riff de Buckethead é a única parte marcante da música, mesmo que o resto seja bem aceitável. Não posso imprimir mais opiniões desta música, exceto pelo fato de a guitarra estar sensacional. Eu disse Sensacional. E estava. Vale a pena escutar este ótimo trabalho de guitarra.

Scraped - Vale a pena, passar. Um momento ruim da banda. A alteração de voz frequente na canção faz com que não tenha a mesma consistência de outras músicas do mesmo álbum. Nota 7,0.

Riad N' The Bedouins - A letra fantasiosa não colou. O que salva esta faixa é o trabalho de voz feito por Axl, que é de surpreender qualquer fã do Guns. Melhor do que, por exemplo: Welcome to The Jungle. Realmente a única coisa que salvou a música foi a voz. Mas parece que ele estava guardando o melhor para a  próxima faixa.

Sorry - O backing vocal de Sebastian Bach é sensacional. A música é uma das melhores do disco, ponto positivo para o Guns. Completamente magnífica, Sorry é um dos pontos altos do álbum. Chinese Democracy marca também por seus altos e baixos. E esse foi um pico. Altamente confiável, Bach constrasta com a voz mais grossa de Axl, tornando Sorry uma digna faixa de uma banda de Hard Rock, pendendo para o Rock Alternativo.

I.R.S. - É um dos pontos altos de Axl Rose. Mas a banda não cooperou, e a faixa ficou muito repetitiva. Sinceramente, se o Axl estava planejando o álbum há tanto tempo assim, ele merece quase todos os créditos. Sinto falta de Slash e Duff nesta faixa.

Madagascar - Ressaca de I.R.S., esta canção mostra o lado mais fraco de Axl. E o resto da banda cooperou, e também mostra seu lado mais fraco. Passa.

This I Love - Parem tudo, esta é digna de um Use Your Illusion. Lembra os melhores momentos da banda, quando Axl sentava na frente de um piano e mandava suas sensacionais composições. Parecida com November Rain e Estranged, This I Love é uma das melhores faixas do CD. Com trocadilhos.

Prostitute - Parece que o fim é bem melhor que o início. Pelo menos neste álbum. E Prostitute fecha com chave de ouro, bem despretenciosa e sem um refrão pegajoso, cumprindo sua missão. Boa música. Canção calma se revezando com altos timbres de voz de Axl. E a guitarra finalmente resolveu aparecer bem.

Então foi isso galera, espero que vocês tenham gostado de mais essa resenha, desta vez, de uma banda tão aclamada como o Guns N' Roses. O Chinese Democracy demorou 13-17 anos para ser lançado. Por um lado, anos bem gastos. Por outro, deveria levar no máximo 2 anos. Então, a crítica se dividiu muito neste sentido, pois para levar 13 anos para ser produzido, um álbum deveria ser impecável. Este não foi, mas quando chegou perto, arrebentou. Abraços, e até a próxima amigos!

25 de set. de 2010

Fragile (Yes, 1972)


Fragile é o quarto álbum da banda britânica de rock progressivo Yes. Marca o início de uma fase extremamente experimental da banda. Após o sucesso que o The Yes Album teve, a banda de Jon Anderson se preparou para lançar um dos álbuns mais importantes da história do rock. É citado por muitos como sendo o melhor álbum do Yes, junto com Close to the Edge. Hoje nós vamos fazer a avaliação música por música, conceituado cada parte de uma forma que faça com que vocês leitores entendam esta superprodução do rock sem sair da cadeira. Preparem-se, vamos entrar no universo de Fragile.

Roundabout - Essa certamente é o maior sucesso da banda em todos estes anos de carreira. Nela também se concentra um dos maiores solos de teclado, feito por Rick Wakeman, um dos tecladistas mais habilidosos e consequentemente virtuosos do mundo. Aliás, o virtuosismo marca este álbum por inteiro, extremas composições valorizando cada instrumento - e vocais - do disco.

Cans and Brahms - Dando continuidade ao show particular, Wakeman esbanja seus dedilhados nesta composição originalmente feita por Johannes Brahms. É a segunda faixa do disco, e explora tudo o que há de melhor neste sensacional tecladista. Show a parte.

We Have Heaven - Hora do show de Anderson. We Have Heaven é simplesmente uma sensacional capela de várias vozes coladas do cantor, resultando em um magnífico solo de vocais, acompanhado por outros instrumentos. Mas pode-se considerar solo mesmo. O show de Jon Anderson é imperdível. A técnica usada é a mesma que se aplicou à canção "Several Species Of Small Furry Animals Gathered Together In A Cave And Grooving With A Pict" do álbum Ummagumma da banda do mesmo país, o Pink Floyd.

South Side of the Sky - Bill Bruford começa a música com um solo, mostrando também seu virtuosismo. A canção de 7:58 se divide entre uma melodia calma e suave, e os vocais extremamente líricos de Anderson. Seria muito se Wakeman viesse com seu piano, entrando na música? então é. E assim se desenvolve a canção, até seu fim "estilo Hard Rock".


Five Per Cent For Nothing - É simplesmente um solo confuso de bateria. Bruford dá um show um pouco apagado por parte do resto dos instrumentos. Não é por isso que deixa de ser uma peça importante no álbum Fragile.

Long Distance Runaround - Nessa altura do álbum é fácil descrever cada canção, tendo em vista que daí pra frente cada música foi composta por Anderson, Bruford, Squire e Howe, respectivamente. Se espera um solo de cada membro, somente arranjado pelo resto do grupo. Apesar de Anderson ter composto esta faixa, Howe é quem aparece com sua guitarra elétrica, causando um efeito magnífico.

The Fish (Schindleria Praematurus) - Dentro das composições individuais, a obra de Squire é a mais sólida, empregando todos os instrumentos - principalmente a voz de Anderson - muito bem, sendo que em quase 100% da música o vocal dele dá um show, deixando o baixo e todo o resto pra trás.


Mood For A Day - Sendo a música composta por Steve Howe (guitarra), é um solo óbviamente de guitarra. E nada mais. Detalhe para os arranjos de Rick Wakeman, que dão o tom nesta faixa.


Heart Of The Sunrise - Marca todo o início de um período experimental vivido pela banda, que se desapegou das canções tidas para tocar em rádios, migrando para o "Prog" puro do jeito que ele é, progressivo. Peças e sonetos, com melodias complicadas e de difícil compreensão por parte da mídia, trazendo a música como um mero veículo para as idéias dos compositores. Não que seja ruim, mas é bem mais complexo. E Heart Of The Sunrise junto com a faixa bônus America, dão definitivamente início à esta fase do Yes. Isso pode ser visto principalmente nos álbuns Tales from Topographic Oceans, Relayer, e Close to the Edge.


Este álbum é um dos mais importantes da história do rock. E é da banda de rock progressivo Yes. E mostra o quanto é grande o virtuosismo dos músicos que são convictos de suas habilidades. Fragile foi um espetacular exemplo de como a música pode ser coesa e bem executada mesmo sem tanto tempo entre o início de sua produção e seu lançamento, mesmo tomando mais de um ano. Espero que vocês tenham gostado de mais essa resenha, abraços e até a próxima!

Armed Forces (Elvis Costello & The Attractions, 1979)


O terceiro álbum de estúdio do artista inglês de Rock Alternativo Elvis Costello seria inicialmente chamado de Emotional Fascism. Mas no fim, chamou-se Armed Forces. E hoje vamos analisar música por música este álbum tão importante para a "New Wave" mundial, sendo que foi constantemente elogiado, e colocado em altos patamares no mundo inteiro, principalmente no Reino Unido.

Accidents Will Happen - É a primeira música do álbum. A melodia calma começa com uma das alterações rápidas de voz que o cantor faz. Aliás, o seu jeito de cantar é a marca deste artista tão premiado. Ele parece "cantar falando", enfim, vocês podem pesquisar as músicas e saber ao certo do que estou falando. Accidents Will Happen é uma das músicas mais conhecidas de Elvis. Elvis Costello.

Senior Service - A música começa fazendo uma escala no que parece ser um orgão. O ritmo é bem mais ligado em relação à primeira música, Accidents Will Happen. A melodia é confusa, tendo várias alterações de tom e etc. O cantor dá um show acompanhando toda a escala constante que acompanha a música. É uma música perfeita para qualquer comercial televisivo, a letra sugere isto.

Oliver's Army - É sem dúvidas a música mais conhecida de Elvis Costello. Até por ter sido amplamente divulgada no mundo inteiro na época de seu lançamento. E assim mesmo podemos escalar ela para qualquer playlist que se preze. A melodia é calma e de fácil decoração. Hit, é, hit. Esse é um. O Raimundos fez um cover desta canção.

Big Boys - Esta música começa com uma capela bem rápida de Elvis. A bateria entra logo em seguida para dar o tom até o final. Big Boys fala sobre a extrema preocupação e ciúme que afeta uma relação. É uma das melhores músicas do álbum em minha humilde opinião.

Green Shirt - É Natal? não, mas o começo sugere. Elvis simplesmente recita a música, não ele não canta. Só no decorrer da música que ele vai pegando no batente e soltando a voz de vez. A bateria é extremamente presente nesta música, constrastando com a voz do cantor inglês.

Party Girl - Finalmente, o ritmo é semelhante à uma balada romântica. O título é semelhante. E a música em si é uma balada romântica. Então, não há mais nada para definir. A música é muito boa e marca o início das músicas melosas para os casais de Elvis. Ele daí em diante começa a passar mel com açúcar em seus álbuns. Essa é a fórmula do sucesso.

Goon Squad - Se tem alguma música que combine com a capa, é Goon Squad. O ritmo é violento, como se fosse uma guerra. Ou o atropelo de uma manada de elefantes furiosos. Elvis Costello canta esta música com o pulso firme, e no refrão uma voz grossa acompanha o cantor.

Busy Bodies - Semelhante à Oliver's Army. Aliás, o Elvis marca também por sua consistência musical nos álbuns. Não há uma mudança de ritmo considerável entre as músicas. Parece um medley de todas as músicas anteriores, como se estivesse repetindo o ritmo. Improvisação, talvez.

Sunday's Best - Entre em um parque de diversões. Você certamente ouvirá uma musiquinha tocar no carrossel. E será parecida com Sunday's Best. Sim, preste atenção, feche os olhos e se imagine nesta situação. A letra sugere exatamente o mesmo que o título. Boa música, nostalgia pode explodir a partir daí.

Moods For Moderns - Elvis chega finalmente ao seu lugar. Músicas que repetem o verso do título constantemente. "Moods For Moderns" é repetida pelo menos 109209 vezes nesta música. Acredite.

Chemistry Class - Outro pico de romantismo e melosidade. Costello recita os trechos, mas canta o resto. Outro ponto destacável é a facilidade do título definir a música e seu ritmo. A melodia é digna de uma canção romântica de bandas de Heavy Metal. Ex: É obrigado a fazer, e por isso parece com uma manta de retalhos.

Two Little Hitlers - Crítica social? não, é simplesmente Elvis Costello. Ele consegue colocar tudo em uma música, toda a sua letra. E isso faz com que algumas música sejam péssimas, e outras sensacionais. Raramente existe meio termo. O título sugere exatamente do que a música trata. Dois pequenos Hitlers.

(What's So Funny 'Bout) Peace, Love And Understanding? - Parece que a melhor música ficou para o final. A saideira acontece com uma canção forte, com todos os instrumentos e intregantes se doando ao máximo. O resultado foi essa maravilhosa canção. Curiosamente Elvis Costello muda ao extremo sua música, deixando-a grossa e viril. E ele canta cuspindo. Nessa música sim.

Então foi isso, espero que vocês tenham gostado de mais esta resenha que fiz para o blog. Saí um pouco do Rock Progressivo e vim para uma coisa mais tradicional, nada complicado, tudo Elvis Costello mesmo. Ele consegue transformar as coisas complicadas em simples e despretenciosas canções. Abraços e até a próxima!

23 de set. de 2010

In the Court of the Crimson King (King Crimson, 1969)


In the Court of the Crimson King é o álbum de estréia da banda inglesa de rock progressivo King Crimson. O lançamento do álbum ocorreu no dia 10 de Outubro de 1969, causando uma tsunami para todos os conceitos da época, sendo pioneiro na arte do rock progressivo. É tido por muitos o melhor título de todos nesta categoria, sendo que o fundador da banda, Robert Fripp, criou o termo "Rock Progressivo". Durante uma entrevista, a repórter perguntou "Sr. Fripp, sua música é extremamente diferente de tudo que temos aqui fora, como você definiria em uma palavra?", ele respondeu "Progressivo... sim, progressivo, é isso.".

Então vamos à avaliação, música por música. O álbum é meio complicado em alguns momentos, pois o experimentalismo foi usado ao máximo. Robert Fripp até hoje é uma referência para os experimentalistas do mundo inteiro, pois este primeiro álbum além de introduzir o instrumento Mellotron (semelhante à um orgão), usou muitos outros equipamentos estranhos para a época.

21st Century Schizoid Man - É com certeza a música mais conhecida da banda. E abre o álbum de uma forma catastrófica. Robert Fripp, em suas considerações sobre o álbum, disse que a capa representa o "Schizoid Man". Então, a primeira música também representa o tal. Sendo que de uma forma agressiva, os vocais de Greg Lake deram conta do recado, abrindo essa obra de arte de um jeito arrebatador. Gritos e guitarra pesadíssima.

I Talk To The Wind - Essa música parece ser a ressaca. Melodia calma, semelhante à fórmula usada pelo Pink Floyd em suas músicas mais serenas. Lake dá o tom com uma voz suave. O título é bem sugestivo, pois "esquizóide" é o nome de um transtorno psicológico, sendo que quem sofre fica solitário, e se afasta da sociedade. O álbum é um olhar do passado para o nosso presente.

Epitaph - Realmente as letras parecem ter alguma ligação. Epitaph é uma canção que retrata o presente de um esquizóide, "A confusão será o meu epitáfio/Enquanto rastejo por caminhos tortuosos/Se conseguirmos todos poderemos sentar e rir/Mas temo que amanhã estarei chorando.

Moonchild - É a penúltima canção do álbum, com 12 minutos, é aquele exemplo do experimentalismo. Longa jornada instrumental, com algumas entradas da voz de Lake, que já esteve em todas as bandas do planeta. A letra certamente mostra uma "filha da lua", ou simplesmente uma lunática, que fala para as árvores e etc.

The Court Of The Crimson King - Fechando com chave de ouro, a música título do álbum começa com uma combinação épica de guitarra/bateria/baixo. A música conta a história do homem da contra-capa, ou simplesmente o "Crimson King". Muitos acham que este nome foi dado pois se assemelha com "Belzebub", mas Fripp diz que significa no árabe "homem com um objetivo. Não importa, mas a música fecha sim com chave de ouro este álbum revolucionário, um dos primeiros da onda do rock progressivo que atingiu o mundo inteiro nos anos 70.

Espero que vocês tenham gostado de mais uma avaliação de álbuns minha. Sempre lembrando que se você quiser ver seu álbum favorito aqui, pode mandar um email para danilo.frazao@hotmail.com, e eu farei com todo prazer. Este álbum está na minha lista dos 200 álbuns definitivos do rock. Abraços, e até a próxima amigos

21 de set. de 2010

Meddle (Pink Floyd, 1971)



Meddle foi lançado no dia 30 de outubro de 1971 nos Estados Unidos, e no dia 13 de novembro do mesmo ano no Reino Unido. Para os fãs de Pink Floyd, marca o fim de um período experimental, onde a banda definitivamente se desliga da sombra do ex-integrante Syd Barrett. Este álbum é a afirmação de David Gilmour à frente da banda. Não, a frente não, Roger Waters, após o disco Atom Heart Mother, tomou o total controle da banda no que diz respeito à composição, as letras.

Rapidamente vim hoje fazer um resumo deste álbum, de uma forma mais dinâmica, música por música. O lançamento de Meddle marcou também na transição da banda, que passou do Rock Psicodélico ao Rock Progressivo, com uma música mais coesa, mais densa, sem tanto experimentalismo, totalmente ao contrário dos dois álbuns anteriores, The Piper At The Gates Of Dawn e A Saucerful Of Secrets. O estilo irá se repetir nos álbuns que sucederam esta masterpiece do Pink Floyd, como em Wish You Were Here, Animals, Dark Side Of The Moon e The Wall, não necessariamente nesta ordem. Pois bem, vamos às análises e comentários, faixa por faixa.

One Of These Days - O álbum começa com uma música instumental, digna de ter este posto. One Of These Days é uma atmosférica canção levada pela guitarra havaiana de David Gilmour, que após os versos "One Of These Days, I'm going to cut you into little pieces" explode como uma slide guitar, mostrando o começo violento e ao mesmo tempo maravilhoso. É o começo de todos os acontecimentos ligados ao Meddle, e foi sempre colocada nos repertórios da banda, nunca deixada de lado.

A Pillow Of Winds - Surpreendentemente é uma das poucas canções do Pink Floyd daquelas que podemos enquadrar como "Love Songs", ou simplesmente músicas que agradam os amantes, com seu ritmo calmo e suave, e a voz de Gilmour serena marcando esta faixa. A faixa se inspirou em um momento pessoal dos integrantes do Pink, quando jogavam Mah-Jong no sul da França, jogo entre casais. O país já entra em cena, coisa que irá se repetir na 4ª faixa, Fearless.

Fearless - O riff se divide entre a bateria de Mason e a guitarra de Gilmour. Esta canção é acompanhada quase integralmente pelo som do coro formado pela torcida do Liverpool F.C., cantando a famigerada "You'll Never Walk Alone", que posteriormente se transformaria no hino do clube, pois bem, hino da torcida. O vocal sempre suave, marca este álbum, assim como esta faixa. Melodia calma, com nuances de Jazz. A letra frequentemente se refere à esta torcida, do Liverpool.

San Tropez - Roger Waters, demonstrando seu virtuosismo como compositor, escreveu esta balada "pop". O título refere-se à uma viagem da banda, que passou pelo sul da França, em 1970. O ritmo é aleatório, marcando a faixa, semelhante à anterior, Fearless. Exceto pelo fato de ser bem mais encorpada, com uma melodia facilmente decorável, sendo o ponto alto no que se refere as músicas de rádio, que possuem o "esquema chiclete", grudam.

Seamus - A música é tão confusa, e de tão confusa se tornou genial. Foi eleita como sendo a pior canção de todas compostas pelo Pink Floyd. Seamus foi o nome do cachorro de Steve Marriott, e foi usada como abertura da música, acompanhando o ritmo do violão despretencioso de Gilmour. Esta faixa parece que foi trazida dos álbuns anteriores, sendo muito semelhante à longa Alan's Pyschedelic Breakfast, do álbum anterior, Atom Heart Mother, de 1970.

Echoes - Esta canção começa com uma sequência baseada em um simples dedilhado do tecladista Richard Wright, que no princípio, não apresenta de uma forma cabível a épica música de 23 minutos. Primeiramente a música foi executada e apresentações ao vivo como "Return of the Son of Nothing", em 22 de Abril de 1971, na Noruega. Foi gravada em 3 estúdios diferentes (Morgan, Air e Abbey Road). A música é basicamente formada por um interminável fade-in e fade-off, não mantendo uma sequência. É tida como uma das melhores composições do Pink Floyd. O vocal é feito por Gilmour, dando aquela mesma impressão que acompanhou todo o álbum, trazendo a voz suave e calma, contrastando com os outros instrumentos tomando uma forma pesada, que acompanha toda a primeira parte - mesmo sendo um trecho imaginário - da música. A parte que sucede, é assustadoramente magnífica. Sons de animais estranhamente dão o ar à esta parte. Após este momento, a música volta com a melodia inicial para fechar com chave de ouro este álbum, que marcou uma transição curiosa da banda.

Então foi isso galera, este álbum certamente está na minha lista dos 200 álbuns definitivos, pois marca o fim/começo de um novo ciclo de uma das minhas bandas preferidas, o Pink Floyd. Trechos deste álbum foram usados posteriormente em "Brain Damage" por exemplo, do álbum Dark Side Of The Moon, trazendo uma manta de retalhos remanescente deste álbum. Espero que todos tenham gostado desta resenha. Todos os membros do Pink estão de parabéns por esta magnífica obra de arte. Lembro que se você quiser que eu fale sobre um álbum de seu agrado, pode mandar um email para danilo.frazao@hotmail.com, que com certeza farei uma resenha com todo prazer. Abraços, e até a próxima!

20 de set. de 2010

Origin of Symmetry (Muse, 2001)


Origin of Symmetry, de 2001, é o 2º álbum da banda inglesa de rock alternativo Muse. Bandas do estilo de Muse, como The Mars Volta, possuem álbuns incrívelmente monótonos no sentido da melodia das músicas, que se repete, tal como no Punk Rock. É meio difícil definir o álbum como sendo um dos obrigatórios na história do Rock, mas hoje irei "definhar" o álbum música por música.

New Born - É a primeira faixa do álbum, e já deixa claro para o que a banda veio. Com os instrumentos violentamente tocando simultaneamente com a voz estilo "sofrida" do vocalista Matthew Bellamy, contrastando com o backing vocal feito por Christopher Wolstenholme. É bem agressiva, como acontece no álbum inteiro, usa este vocal sofrido como âncora.

Bliss - A melodia espacial marca esta ótima segunda faixa. Digo espacial, referindo-me ao uso muito bem feito dos sintetizadores, e os efeitos da guitarra de Bellamy. Assim como no Punk Rock, a guitarra tem o efeito similar ao usado por Bob Marley em algumas de suas canções. A voz sofrida segue dando o tom, rs.

Space Dementia - Começa com um breve solo de piano, até a bateria entrar junto com o resto da parafernalha usada por uma banda que se preze. Como já estamos acostumados, chega a voz sofrida de Matthew Bellamy, que nesta faixa é acentuada com o uso de efeitos junto à voz, tornando-a mais "fake" o possível. Esta música tem diversas variações no ritmo.

Hyper Music - De Hyper não tem nada, só a letra. É nesta parte do álbum que o mesmo começa a ficar enjoativo. A guitarra metralha, mas não convence, como sempre. A voz pende pra um lado mais Metal, usando o baixo como guia. Não sei ao certo por que estou fazendo a resenha deste álbum. É aquela mesmice de álbuns de Rock Alternativo.

Plug In Baby - Aleluia, a voz fica normal nesta faixa. Curiosidade: Ela faz parte da playlist do jogo Guitar Hero 5. Então, sabemos que ela começa com um riff, tem uma ponte, e um solo. Mas não com qualidade, isso é fogo. A música faz jus ao título, começando com uma guitarra solista dando o tom, até Bellamy chegar com sua voz ofegante cansada de ser sofrida.

Citizen Erased - Músicas de 7 minutos ou mais, sim, essa é uma. Mas... não é um música de 7 minutos. Na verdade é um sofrimento em forma de música, de 7 minutos. E se tivesse algumas alterações no ritmo, seria mais interessante. Mas não tem.

Micro Cuts - Finalmente a guitarra egoísta dá lugar à uma bateria lenta mas que tem aquela pegada, deixando a música um pouco mais interessante, apesar de a voz ficar "agudamente" mais enjoativa. Essa faixa me deu dor de cabeça. Por favor Matthew Bellamy, pare de gritar.

Screenager - Enfim, eles se tocaram de que deveriam fazer experimentos para serem uma banda alternativa que se preze, e começam com um tamborzinho, dando um ar meio floresta amazônica para a música. Mas já que a marca da banda é a voz sofrida, aí está ela, fielmente. O orgão (é) bate ponto com sintetizadores nesta música, dando aquele ar espacial como em Bliss.

Darkshines - Jazz, sim, Jazz. Essa música sofreu clara influência deste gênero musical. Mas como a marca do Muse é a música pesada, ela faz parte desta faixa também. É uma das melhores na minha humilde opinião. O solo de sintetizador marca.

Feeling Good - Chega o ponto alto do álbum. It's a new dawn, it's a new day, it's a new life for me. Sinceramente eu já escutei esse verso em algum lugar. Talvez MTV. Mas é a melhor música, o chamado "hit" do álbum. Não precisa de introduções. O ritmo melancólico dá o tom.

Megalomania - Fechando este álbum, uma música calma com melodia agradável, e a voz sofrida. O saldo foi positivo, sendo que é de praxe os álbuns do Muse terem estes elementos. Para os fãs, ótimos 51 minutos. Violão e piano fazem desta canção um ótimo fechamento do álbum. O tom de todos os instrumentos parece mais baixo.

Então foi isso, espero ter agradado todos vocês com mais esta resenha. As bandas de Punk Rock e Rock Alternativo realmente tem os álbuns bem repetitivos, marcando sempre por suas melodias iguais. O Origin of Symmetry marca isso, sendo que todos os fãs de Muse, uma banda relativamente nova, ficaram bem agradecidos pelo lançamento deste CD. Abraços, e até a próxima!

5 de set. de 2010

Dark Side of the Moon (Pink Floyd, 1973)


Dark Side of the Moon é um álbum conceitual, lançado em março de 1973. É de autoria dos integrantes do grupo de rock psicodélico/progressivo Pink Floyd, da Grâ-Bretanha. Muitos consideram o álbum como sendo o melhor trabalho do Pink, junto com Wish You Were Here e The Wall. O álbum aborda vários temas da sociedade em si, como o tempo (Time), dinheiro (Money) e loucura. Todos os aspectos que moldariam a sociedade futura, nos dias de hoje, com uma visão muito futurística para a época, 1973, anos 70.

A viagem musical começa com uma música curta de introdução instrumental, como é característico na maioria dos álbuns da banda, mas esta música junta vários aspectos de outras que estariam por vir, exemplo: o som da caixa registradora no começo de Money, e os despertadores tocando incessantemente, no início de Time. A canção se chama Speak To Me.
Vem acompanhada da calma e serena Breathe, que é alavancada com a suave voz de Gilmour, e os acordes melancólicos que marcam esta música.

Logo em seguida, uma música que retrata o experimentalismo herdado dos álbuns anteriores, pois On The Run básicamente é um Medley de efeitos do teclado de Wright, somente sendo adicionandos alguns efeitos, que tornam a música somente uma ponte para Time. Esta música que vem em seguida da seca On The Run, é um dos pontos altos - o primeiro - do álbum, sendo que os primeiros 2 minutos são compostos por uma combinação de batidas da bateria de Mason, com alguns relógios posteriormente gravados tocando simultaneamente, de uma forma irritante. O resto da música consiste em uma melodia calma, com alguns pontos agressivos (quando a voz é de Gilmour), exceto nos refrões, onde se ouve a suave voz do tecladista Richard Wright.

Em seguida, The Great Gig in the Sky marca o ápice criativo do Rick, que reveza seu orgão com os tons agudos e depressivos de Clare Torry, criando uma música triste e reflexiva, com momentos de profunda agonia, isto é, quando ela eleva sua voz, causando uma trinca de efeitos no teclado (e sintetizador). Esta música é uma das que menos gosto, mas é parte da obra, então aprecio igualmente.

Money é uma das músicas mais conhecidas da banda, devido à sua batida muitas vezes familiar, sendo que é uma daquelas canções que marcam por sua melodia pegajosa, e seu refrão fácil de decorar. É um dos pontos altos antes citados, e trata da necessidade - mesmo sendo um mal necessário - do dinheiro na sociedade atual (ou dos anos 70). Antecede uma linda música, Us And Them. Esta, possui um solo inesquecível de saxofone de Dick Parry, marcando também pelo baixo extremamente presente de Roger Waters, que tomou praticamente todo o lado criativo da banda, inclusive as duas faixas finais do álbum.

Mas antes de chegar à estas canções, esbarramos em Any Colour You Like. É o segundo momento em que Rick Wright foi "solto" para compor. E simplesmente é uma música que simboliza a troca de ritmos, de Us And Them até as duas últimas faixas. Sintetizadores e efeitos de guitarra dupla de Gilmour coroam a música.

Brain Damage e Eclipse são de completa autoria de Waters, falando sobre loucura e o ápice da mesma, respectivamente. "The Lunatic is on the grass" é um verso muito lembrado desta música (Brain Damage). É assim como Us And Them, dividida em momentos calmos e tribulados.
Eclipse fecha o álbum com chave de ouro, com um som estratosférico, e ambos gritando os versos de "all that you use", terminando com as batidas de coração, de forma que pode ser remendada com o começo de Speak To Me. Entre as faixas alguns comentários de várias personalidades ligadas ao estúdio Abbey Road, em relação aos fatores da vida (loucura, morte, dinheiro). O último é do porteiro, que fala "There is no dark side of the moon really, in matter of fact it's all dark". Fechando com um tom sinistro.

Pois é, essa foi a 2ª resenha de álbum feita por mim, um dos meus preferidos, Dark Side Of The Moon merece também um espaço na minha galeria dos álbuns obrigatórios do rock. Abraços, até a próxima!

4 de set. de 2010

Brain Salad Surgery (ELP, 1973)



Em novembro de 1973 foi lançado o quarto álbum de estúdio da banda de rock progressivo inglesa Emerson, Lake & Palmer. O álbum foi inovador em vários sentidos, levando a batida eletrônica, os sintetizadores, em um caminho amigável com Carl Palmer sendo o primeiro à ingressar em uma gravação com a mais tarde chamada "Bateria Elétrica".

O álbum começa com a atmosférica "Jerusalem", com Greg Lake arrebentando nos vocais, sendo que a letra baseia-se em uma lenda onde Jesus havia visitado a Inglaterra, assim, erguendo a "cidade sagrada" por sobre os montes "satânicos da Grâ-Bretanha, segundo ELP.
Logo em seguida um solo de piano, acompanhado com os sintetizadores característicos da banda, sendo que a canção foi escrita por Alberto Ginastera, co-produzida por Carl Palmer, um dos "cabeças" da banda, intitulando a música com o simples e sutil nome "Toccata".

"Still... You Turn Me On" é uma canção escrita por Greg Lake, com uma melodia calma, tranquila, e curiosamente com um ritmo imposto na letra familiar em minha opinião. A música é a prévia de um futuro trabalho focado nas letras menos destrutivas e "atmosféricas". Em seguida, "Benny The Bouncer" é um ponto de equilíbrio do álbum, intercedendo a épica Karn Evil 9. A música é violenta para os padrões da banda de rock progressivo, percebe-se que a letra é sobre "Benny", e retrata a vida de um rapaz aparentemente na idade média, que encontra-se em uma luta, e morre ao final. E no fundo notam-se barulhos de garrafas quebrando.

No 2º lado (do LP), ou simplesmente a última música do álbum Brain Salad Surgery, Karn Evil 9 é uma épica levada de teclados enfurecidos por 29 minutos se revezando com seus velhos amigos, os sintetizadores. A música é dividida em 4 atos, sendo que o primeiro na versão original, é dividido, sendo colocado na primeira parte do LP, diferente dos outros três. Segue o esquema dos atos:

Karn Evil 9:

  1. Karn Evil 9: 1st Impression, Pt.1
  2. Karn Evil 9: 1st Impression, Pt.2
  3. Karn Evil 9: 2nd Impression
  4. Karn Evil 9: 3rd Impression

Emerson, Lake & Palmer, ou simplesmente ELP, inovaram neste álbum, assim como no posteriormente lançado Tarkus, e são considerados uma das bandas mais bem treinadas, isto é, com mais habilidades musicais, ou skilling. Brain Salad Surgery é um dos álbuns que indico para você que quer experimentalismo, pois os orgãos sintetizadores deram um visual muito futurista para a época, nos anos 70, igualmente feito pelo Pink Floyd no álbum Dark Side of The Moon, de 1973

Então foi isso, o primeiro álbum da lista escolhida por mim foi o carinhosamente apelidado BSS. Um álbum inovador em vários aspectos como foi ressaltado antes, e que merece um lugar no blog de resenhas e prévias "Hoedown", música que pertence ao grupo também. Abraços, até a próxima!

Hoedown

Hoedown é uma música da banda inglesa de rock progressivo Emerson, Lake & Palmer (ELP).

Ultimamente percebi que poderia criar um espaço para compartilhar meus gostos musicais, extremamente ecléticos nestes tempos. Então, vocês verão resenhas de alguns álbuns, filmes musicais, estréias comentadas, e vários assuntos relacionados à música e afins.
Como nos outros blogs, vocês talvez verão alterações no layout, como é de praxe. Mas não se preocupem, sempre estarei informando o meu desejo em trocar o modelo, backgrounds, enfim, o layout em si. Então, podem comentar, pedir avaliações, e sintam-se à vontade, pois estou fazendo isso de coração -qq