21 de set. de 2010

Meddle (Pink Floyd, 1971)



Meddle foi lançado no dia 30 de outubro de 1971 nos Estados Unidos, e no dia 13 de novembro do mesmo ano no Reino Unido. Para os fãs de Pink Floyd, marca o fim de um período experimental, onde a banda definitivamente se desliga da sombra do ex-integrante Syd Barrett. Este álbum é a afirmação de David Gilmour à frente da banda. Não, a frente não, Roger Waters, após o disco Atom Heart Mother, tomou o total controle da banda no que diz respeito à composição, as letras.

Rapidamente vim hoje fazer um resumo deste álbum, de uma forma mais dinâmica, música por música. O lançamento de Meddle marcou também na transição da banda, que passou do Rock Psicodélico ao Rock Progressivo, com uma música mais coesa, mais densa, sem tanto experimentalismo, totalmente ao contrário dos dois álbuns anteriores, The Piper At The Gates Of Dawn e A Saucerful Of Secrets. O estilo irá se repetir nos álbuns que sucederam esta masterpiece do Pink Floyd, como em Wish You Were Here, Animals, Dark Side Of The Moon e The Wall, não necessariamente nesta ordem. Pois bem, vamos às análises e comentários, faixa por faixa.

One Of These Days - O álbum começa com uma música instumental, digna de ter este posto. One Of These Days é uma atmosférica canção levada pela guitarra havaiana de David Gilmour, que após os versos "One Of These Days, I'm going to cut you into little pieces" explode como uma slide guitar, mostrando o começo violento e ao mesmo tempo maravilhoso. É o começo de todos os acontecimentos ligados ao Meddle, e foi sempre colocada nos repertórios da banda, nunca deixada de lado.

A Pillow Of Winds - Surpreendentemente é uma das poucas canções do Pink Floyd daquelas que podemos enquadrar como "Love Songs", ou simplesmente músicas que agradam os amantes, com seu ritmo calmo e suave, e a voz de Gilmour serena marcando esta faixa. A faixa se inspirou em um momento pessoal dos integrantes do Pink, quando jogavam Mah-Jong no sul da França, jogo entre casais. O país já entra em cena, coisa que irá se repetir na 4ª faixa, Fearless.

Fearless - O riff se divide entre a bateria de Mason e a guitarra de Gilmour. Esta canção é acompanhada quase integralmente pelo som do coro formado pela torcida do Liverpool F.C., cantando a famigerada "You'll Never Walk Alone", que posteriormente se transformaria no hino do clube, pois bem, hino da torcida. O vocal sempre suave, marca este álbum, assim como esta faixa. Melodia calma, com nuances de Jazz. A letra frequentemente se refere à esta torcida, do Liverpool.

San Tropez - Roger Waters, demonstrando seu virtuosismo como compositor, escreveu esta balada "pop". O título refere-se à uma viagem da banda, que passou pelo sul da França, em 1970. O ritmo é aleatório, marcando a faixa, semelhante à anterior, Fearless. Exceto pelo fato de ser bem mais encorpada, com uma melodia facilmente decorável, sendo o ponto alto no que se refere as músicas de rádio, que possuem o "esquema chiclete", grudam.

Seamus - A música é tão confusa, e de tão confusa se tornou genial. Foi eleita como sendo a pior canção de todas compostas pelo Pink Floyd. Seamus foi o nome do cachorro de Steve Marriott, e foi usada como abertura da música, acompanhando o ritmo do violão despretencioso de Gilmour. Esta faixa parece que foi trazida dos álbuns anteriores, sendo muito semelhante à longa Alan's Pyschedelic Breakfast, do álbum anterior, Atom Heart Mother, de 1970.

Echoes - Esta canção começa com uma sequência baseada em um simples dedilhado do tecladista Richard Wright, que no princípio, não apresenta de uma forma cabível a épica música de 23 minutos. Primeiramente a música foi executada e apresentações ao vivo como "Return of the Son of Nothing", em 22 de Abril de 1971, na Noruega. Foi gravada em 3 estúdios diferentes (Morgan, Air e Abbey Road). A música é basicamente formada por um interminável fade-in e fade-off, não mantendo uma sequência. É tida como uma das melhores composições do Pink Floyd. O vocal é feito por Gilmour, dando aquela mesma impressão que acompanhou todo o álbum, trazendo a voz suave e calma, contrastando com os outros instrumentos tomando uma forma pesada, que acompanha toda a primeira parte - mesmo sendo um trecho imaginário - da música. A parte que sucede, é assustadoramente magnífica. Sons de animais estranhamente dão o ar à esta parte. Após este momento, a música volta com a melodia inicial para fechar com chave de ouro este álbum, que marcou uma transição curiosa da banda.

Então foi isso galera, este álbum certamente está na minha lista dos 200 álbuns definitivos, pois marca o fim/começo de um novo ciclo de uma das minhas bandas preferidas, o Pink Floyd. Trechos deste álbum foram usados posteriormente em "Brain Damage" por exemplo, do álbum Dark Side Of The Moon, trazendo uma manta de retalhos remanescente deste álbum. Espero que todos tenham gostado desta resenha. Todos os membros do Pink estão de parabéns por esta magnífica obra de arte. Lembro que se você quiser que eu fale sobre um álbum de seu agrado, pode mandar um email para danilo.frazao@hotmail.com, que com certeza farei uma resenha com todo prazer. Abraços, e até a próxima!

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