16 de fev. de 2011

A Night at The Opera (Queen, 1975)




A Night at The Opera é o quarto álbum de estúdio da banda inglesa de rock Queen, e foi lançado em 1975. Uma das obras mais bem realizadas da história do Rock, este disco é considerado com um dos clássicos do ritmo. Não é por menos, desde a criação, esta obra mereceu destaque. É tido como detentor de uma das mais impecáveis produções já feitas, quase todos os instrumentos foram gravados em estúdios diferentes, os melhores da época. Sobre o feito, Freddie Mercury, ex-vocalista da banda, admitiu: "Não é paranóia, é perfeccionismo". Vamos para o álbum definitivamente.

Produção: 1993| Tempo de disco: 50:27 | Gênero: Opera Rock, Rock Progressivo
Melhor música: Bohemian Rhapsody  - Música mais longa: The Prophet's Song (8:26)



O álbum começa com algo agressivo, uma ótima composição de Mercury, Death on Two Legs (Dedicated To...). O começo da música é bem sutil, com o piano do também vocalista. Mas a letra é bem audaciosa, e, mesmo sem mencionar alguém na dedicatória, mostra que foi feita para o ex-empresário do Queen, Norman Sheffield. Sua reputação consistia no fato de que abusava do seu cargo, e foi afastado por conduta financeira pouco honesta. O álbum começa a mil. Depois desta "dedicatória", segue uma pequena canção chamada Lazing on a Sunday Afternoon. O título por si só ameniza o clima criado pela faixa inicial. 


Estamos prestes a acompanhar uma das melhores performances de Roger Taylor atrás do microfone. I'm in Love with My Car foi uma canção que no início, foi tida como uma piada para Brian May, o guitarrista da banda. Quando ouviu a demonstração da música, não valorizou muito. Curiosamente o baterista do Queen, Roger, preenchia a parte da guitarra. Mas o integrante original que ocupava esta posição acabou gravando posteriormente. May e sua famosa guitarra Red Special, marcaram presença como sempre. Esta canção é seguida por You're My Best Friend. Esta faixa foi criada enquanto John Deacon estava aprendendo a tocar piano. Ele usou o Piano Elétrico Wurlitzer, que fora chamado de um instrumento horrível por Mercury. A canção é bem aprasível, e foi o primeiro single de Deacon.


Logo em seguida presenciamos outra belíssima composição, dessa vez por Brian May. '39 é literalmente uma letra conceitual, que conta a história de um grupo de exploradores que embarcou em uma viagem que, segundo eles, duraria um ano. Mas quando retornaram, perceberam que haviam-se passado cem anos. É bem confusa, mas com certeza deve ser marcada como uma importante faixa, o lado B da última faixa apresentada, You're My Best Friend. Sweet Lady é uma canção mais agressiva, tendo em vista que a banda procurou seguir o mesmo método de composição de Tie Your Mother Down, outro clássico do Queen. Riff pesado, alto, e que por essa fórmula, desdenhava da letra.


Seaside Rendezvous é uma canção rápida, assim como a maioria das outras compostas pelo quarteto inglês. É bastante conhecida por seu trecho onde, a partir dos 0:51, conta com o duplete exclusivamente vocal composto por Taylor/Mercury, que imitaram sons de instrumentos já conhecidos. Já estamos maravilhados por algo tão bem feito e competente, mas o melhor estava por vir. Começamos o ponto alto com The Prophet's Song, uma longa canção (a maior do álbum), composta por May. A música aparentemente foi bem influenciada pelo Prog, ritmo que sempre namorou com a banda, principalmente no começo. Excluindo a faixa bônus instrumental de Made in Heaven com cerca de 22 minutos, nenhuma outra canção é tão longa como a composta pelo guitarrista. É marcada também por uma longa capela de Mercury que tem início no meio da música, e dá um toque bem refinado para o começo do lado B do disco.


Como havia definido, o lado B marcou as maiores canções do disco. Sem desvalorizar as outras, claro, que são igualmente sensacionais. Mas Love of My Life, feita para a namorada de Mercury na época, foi um dos maiores sucessos de todo o período em que a banda existiu com sua formação original, e ainda persiste com este posto. A canção foi quase totalmente feita por Freddie - que fez todos os vocais, e tocou o piano -, exceto as partes feitas por Brian May, que tocou a harpa e sua guitarra tradicional. Depois das coordenadas musical, tenho pouco para falar sobre esta música. É uma das composições mais sublimes já feitas na história do Rock, e marcou muito este álbum. 


Seguimos com Good Company, que conta outra história: A de um homem que quando jovem fora avisado pelo pai que "tomasse conta de tudo que fosse seu, e mantesse boas companhias". O cantor obedeceu o conselho, conquistou bons amigos e se casou com uma garota chamada Sally. Mas depois do casamento, ele começou a perder interesse e consequentemente o contato com seus amigos, que desapareceram. Enquanto envelhecia, se concentrava mais no trabalho, recusando sua família e gastando longas noites. Ele ganhou uma companhia de negócios, e ficou mais distante ainda. Trabalhando cada vez mais, ele foi noticiado de que sua mulher pedira o divórcio. A música termina com um velho senhor, usando seu charuto e dando lições de vida, das quais não tinha como dividir com ninguém. No fim, o narrator fala: "all through the years in tahe end it appears, there was never really anyone but me", em um trecho altamente filosófico. Fim da grande história. A maior obra de arte já composta por Mercury estava por vim. 


Bohemian Rhapsody foi escrita pelo vocalista da banda e marcou o primeiro solo de guitarra composto por Brian May, já que todo o resto foi minunciosamente arquitetado por Freddie. Outra grande curiosidade foi que, como em todo o álbum, os instrumentos foram gravados separadamente. Mas além disso, nenhum outro componente da banda - exceto Mercury - sabia no que aquilo iria resultar, nem como seu instrumento iria influenciar na faixa. Foi um grande suspense para os integrantes, e foi revelado posteriormente que a música era chamada de "A coisa do Freddie", devido às especulações feita entre eles. Passado isso, depois do lançamento Bohemian Rhapsody foi um grande sucesso, chegando ao topo das paradas mundiais, e atualmente é tida como um dos maiores êxitos do rock, e consequentemente uma das obras mais significativas da história do gênero musical. Estamos falando de algo incomparável, uma peça indispensável para qualquer amante da boa música.


A belíssima faixa foi seguida pela música que fecha o álbum um hino à rainha da Inglaterra, God Save the Queen, originalmente composta por Beethoven, e arranjada por May, que conseguiu reproduzir diversos instrumentos tradicionais de corda. O disco fecha de uma maneira bem respeitosa ao país, e marcado por uma composição clássica. E é isso, depois do longo post sobre o álbum A Night at the Opera, vou me despedindo de vocês até o próximo post. Hoje vimos uma grande obra-prima do rock, e outra vez podemos ver algo igualmente magnífico, basta esperar e ver. Um forte abraço, e até a próxima!

8 de dez. de 2010

Ever (IQ, 1993)



Ever é o sexto álbum de estúdio da banda inglesa de Rock Progressivo IQ. A banda sempre foi conhecida por seu lado progressivo muito apurado, com longas canções e álbuns complexos demais para serem colocados no mainstream da música comum. E hoje nós vamos fazer um pequeno resumo sobre esta obra que marca o retorno de Peter Nicholls à banda.

Produção: 1993| Tempo de disco: 50:27 | Gênero: Rock neo-progressivo
Melhor música: Leap Of Faith  - Pior Música: Out Of Nowhere

O disco começa mostrando que o quinteto inglês estaria voltando à sua velha forma, onde se tornou conhecido principalmente pelo lançamento do álbum The Wake, de 1985, que foi muito bem aclamado pela crítica em geral, com composições muito bem recebidas por seus fiés fãs que até aquele momento não representavam uma multidão, por assim dizer. E a primeira faixa é The Darkest Hour, que mostrou que a banda definitivamente estava de volta, com uma belíssima canção para iniciar os trabalhos neste disco. Maravilhosa composição dos integrantes do IQ, e marca também por seu tempo de duração, que só perde para Further Away, de 14min30s.

Fading Senses é uma balada composta pelo IQ talvez com o intuito de quebrar este ambiente caótico que foi estabelecido por uma complexa composição que abriu o álbum. E talvez esta música sirva para um momento mais íntimo da banda, que conseguiu agradar com esta canção, muitas vertentes e fãs do Rock neo-progressivo. Essa canção é muito semelhante em seus elementos à outra balada, Speak My Name, do álbum Subterranea, de 1997. Já estabelecido um clima mais calmo, Out Of Nowhere vem novamente para quebrar todo o ambiente, trazendo ao público mais uma canção bem progressiva, mas com um pequeno tempo de duração, contrariando todos os elementos necessários para cada música em um álbum progressivo. Aliás, a banda é considerada por muitos Rock Neo-progressivo, ou seja, composições mais aceitas pelas rádios e público em geral.

Como já disse anteriormente, Further Away é a canção mais longa do disco, com 14min30s de duração. E talvez por isso seja uma composição bem progressiva, com letras fantasiosas e melodia complexa, e por isso, não agrada muito o público que anseia por músicas mais agradáveis aos ouvidos, que tenham um pequeno tempo de duração e assim mesmo agradem à quem ouve. Em seguida, Leap Of Faith arrebata todos com uma maravilhosa introdução de teclado Martin Orford, um dos standartes da banda, que carregou o IQ nos anos 80, com suas linhas de teclado/sintetizadores muito apuradas criando belíssimas músicas. E essa faixa prova que a banda não largou seu lado progressivo, mas construiu sim um legado com canções consideradas mais hits, mesmo com um longo tempo de duração. 

Came Down pode ser considerada a continuação de Leap Of Faith. A última faixa do disco Ever é igualmente uma belíssima composição, com melodia agradabilíssima aos ouvidos que anseiam por trabalhos concentrados e bem executados. E assim acaba o disco revisado por mim (Danilo Frazão) hoje. Espero que vocês tenham gostado desta pequena revisão sobre um maravilhoso álbum que merece ser ouvido por todos que visitam o Hoedawn. Destaque para a linha de Leap Of Faith até Came Down. Na minha opinião um dos melhores momentos de todos os álbuns do IQ. Aliás, a banda continuou trabalhando com o neo prog, se destacando 4 anos depois com Subterranea, um álbum carregado por longas canções, principalmente a épica The Narrow Margin, de exatos 20min. Seu concerto ao vivo também foi muito aclamado pela crítica em geral.