The Division Bell é o décimo quarto e último álbum de estúdio da banda inglesa de Rock Progressivo Pink Floyd. O disco, lançado em 1994, foi gravado em diversos lugares, inclusive o estúdio de David Gilmour, que curiosamente se situa dentro de um barco/iate, o Astoria. Este é outro álbum conceitual, e fala sobre a falta de comunicação. O disco trouxe à tona o Enigma Publius, que até hoje ainda não foi decifrado. Então vamos deixar de introduções e ir direto ao álbum.
Produção: 1994| Tempo de disco: 66:32 | Gênero: Rock Progressivo
Melhor música: Coming Back to Life - Pior Música: Cluster One
Cluster One - É um momento especial, como se fosse uma homenagem, ao tecladista já falecido (em 2008) Richard Wright, carinhosamente chamado pelos fãs somente de Rick. A canção possui uma longa introdução, e no meio desta introdução, o teclado de Wright se mistura com a guitarra de Gilmour, para dar o tom à essa maravilhosa introdução, assim como Signs of Life, do álbum anterior, o A Momentary Lapse of Reason, de 1987. É mágica, encantadora.
What Do You Want from Me - A segunda faixa do disco já começa em grande estilo. A bateria de Nick Mason - que junto com Wright é o único membro integrar a banda em todas as formações - mostra para que veio. E assim desenvolve-se esta linda canção, assim como muitas outras do álbum, composta por Gilmour e sua esposa, Polly Samson. Momentos emocionantes, como no refrão, marcam esta canção.
Poles Apart - Este longo trabalho do Pink Floyd trata do assunto principal, a falta de comunicação, e a comunicação em si. "Extremos Opostos" fala sobre como duas vidas podem ser tão diferentes. Há um interessante momento em que a música recebe um break de alguns segundos e parte para um lado sombrio, totalmente diferente do começo e refrão da terceira faixa do disco, de 7:04 minutos.
Marooned - Como em Cluster One, este é um momento especial de mais um integrante do Pink, o guitarrista David Gilmour, principal compositor do álbum ao lado de sua esposa Polly e o já falecido tecladista Rick Wright. Os solos de guitarra são muito presentes, e dão a cara à esta canção, um lindo instrumental composto magníficamente por esse excepcional guitarrista.
A Great Day for Freedom - Um tom dramático marca esta faixa, que é bem mais lenta em relação às outras, valorizando a música, sem muitas letras, um dos marcos da época em que David Gilmour liderou o grupo, entre 1985-1995. Ele próprio declarou que nestes dois últimos álbuns da banda, os integrantes e compositores iriam valorizar mais a música, as canções em si, sem muitas letras.
Wearing the Inside Out - Como não poderia faltar em um álbum do Pink Floyd, Rick Wright assume os vocais em uma canção que toca o coração de todos que a escutam. Outro ponto interessante do álbum é a produção dos encartes. Cada página retrata fielmente o que cada música representa, ilustrando perfeitamente cada faixa deste lindo disco.
Take It Back - Um ritmo bem mais animado e rápido do que em Wearing the Inside Out marca a sétima faixa do álbum. Gilmour mais uma vez deixa registrado uma indubitável performance, tanto na guitarra quanto nos vocais. É talvez uma das melhores faixas do álbum, mas ela simplesmente precede um dos momentos maiores (senão o maior) do álbum.
Coming Back to Life - Se fosse uma peça, seria genial. Se fosse um filme, seria um Blockbuster. Gilmour, sozinho, compôs a melhor faixa do álbum. Toda a angústia que a faixa em si passa para quem ouve, alcançou Dave. Ele teve uma de suas melhores perfomances ao cantar esta maravilhosa canção, que retrata a "volta à vida", como seu título sugere. Após esta maravilhosa introdução, um ritmo mais forte e um feeling invejável de Nick Mason marcam a melhor faixa do The Divison Bell.
Keep Talking - Em quase todos os discos produzidos pelo Pink Floyd ao longo de todos esses mais de 30 anos que a banda esteve ativa - principalmente a partir do The Dark Side of the Moon-, o backing vocal feminino foi muito valorizado. E nesta faixa, Michael Kamen, o responsável pelos arranjos orquestrais, deu um show na organização. Mas as senhoras Durga McBroom, Carol Kenyan e Rebecca Leigh-White merecem quase todos os créditos nesta faixa. Quase todos, não fosse outra presença especial. Como vocês podem perceber, há uma voz digital e metálica fazendo parte da introdução. Pertence nada mais nada menos ao físico e cosmólogo Stephen Hawking, um dos maiores estudiosos da história.
Lost for Words - Uma das canções mais bonitas e bem produzidas das história do Pink Floyd. A penúltima faixa do disco traz um ritmo pegajoso, e o famoso feeling (ou pegada, se preferirem) de Nick Mason, um dos bateristas mais concentrados na qualidade e no resultado do som que produz. Esta canção é maravilhosa, e merece uma atenção maior do que foi dada, sendo deixada de fora do gigantesco show produzido pelos integrantes do Pink Floyd no ano seguinte (1995), o P-U-L-S-E.
High Hopes - Fechando este maravilhoso disco, o último de estúdio do Pink Floyd, como disse anteriormente, esta canção começa com o simples ruído produzido por uma espécie de sino, que talvez represente o sino da divisão, motivo pelo álbum se chamar assim. O símbolo da divisão, segundo a wikipédia, é o recurso usado no parlamemto do Reino Unido quando na votação de uma moção, as opiniões se dividem e se torna necessário chamar os deputados para votar. A última faixa gravada em estúdio pelo trio (Wright, Mason e Gilmour) tem um ar sombrio, mas o vocal de Gilmour contrasta com todo esse clima sinistro criado pela melodia consistente da música. Um curiosidade é que os últimos dizeres de uma música do Pink Floyd foram o de um breve diálogo entre Steve O´Rourke, antigo empresário dos Floyd, e o enteado de Gilmour, o pequeno Charlie.
O álbum The Divison Bell marcou a despedida do Pink Floyd junto com um dos maiores espetáculos musicais já vistos em toda a história da música, o P-U-L-S-E, de fato o último trabalho da banda inglesa, gravado ao vivo no Earls Court, um centro de convenções localizado no centro de Londres, a capital da Inglaterra. E esta foi uma homenagem aos Floyd, uma banda que trouxe música de boa qualidade por várias décadas, e de queridinhos alternativos, se transformaram em grandes astros do Rock, desde o lançamento do álbum DSotM (ou The Dark Side of the Moon). Vou me despedindo de mais uma resenha, um aperto de mão e um aceno para vocês, volto na próxima semana com mais uma dica de álbum para vocês.
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